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  • Foto do escritorGrupo Atrás do Pano

A linguagem e a estética de "Quase Árvore"

Sete anos após a estreia de sua última montagem, o premiado espetáculo Por Parte de Pai, o Grupo Atrás do Pano se prepara para iniciar o ano de 2020 com novidades em seu repertório. Livremente inspirada na poesia de Manoel de Barros, Quase Árvore é a nova montagem para todas as idades do Grupo.


Aprofundando suas pesquisas estéticas e de linguagem iniciadas durante o processo de criação de Por Parte de Pai, ao estabelecer interseções entre a literatura e o teatro, o Grupo constrói em Quase Árvore uma obra sensível e poética, que apresenta o encontro entre gerações e a passagem da infância para a adolescência com humor e poesia.


Epaminondas Reis, diretor de Quase Árvore, comenta sobre a criação da obra:


A peça foi elaborada em um processo de criação coletiva ao redor de uma árvore, propondo o tema da preservação e conscientização sobre a natureza como algo importante para as nossas vidas. Contudo, não queríamos apenas o discurso, caindo em manobras retóricas ou excessos didáticos, mas foi um desejo da direção optar por uma abordagem sensorial e lúdica para o trabalho. Como resultado desse laboratório criativo, foi desenvolvido o texto autoral da peça (que brinca com a poesia de Manoel de Barros). Buscamos na sensível criação dos atores um movimento artístico constante entre desenhos, poemas, mosaicos e pinturas pelo espaço. Um trabalho de uma corporeidade cênica que mostra a poesia não apenas na palavra falada, mas nos corpos dos atores, na interação com o cenário e no uso de cada um dos objetos cênicos, carregados de significados simbólicos – a utilização de tintas e materiais orgânicos fazem parte dessa pesquisa.


Em Quase Árvore apresentamos a saga de dois andarilhos, a junção do novo e o velho, assim como o gosto pela poesia e do amor à natureza. Mas, através dessa linguagem criada, também podemos refletir sobre os tempos atuais de: desmatamento, perseguição aos artistas, descaso aos velhos, problema de comunicação entre as gerações, falta de poesia e tempo.


O desejo foi criar um espetáculo para todas as idades, aprofundando na linguagem para as infâncias, com humor e poesia, em um jogo de ator que extrapola a cena e convida o espectador a participar de sua construção. O que queremos com o espetáculo é provocar na criança (e no adulto) o desejo por um mundo mais natural, livre e criativo.


(foto: Luiza Palhares / Paisagem Lava)


Paulo Thielmann, que dá vida ao velho poeta Carvalho, complementa:


Adentrar no fértil terreno da poesia de Manoel de Barros e despertar no público o amor pela natureza e o encantamento por toda esta carga de materialidades advinda do chão. Nesse chão dançamos, cantamos, brincamos e damos liga à massa/barro de nosso terreiro cultural. Matérias e materiais extraídos deste solo compõem o universo simbólico e criam significado para a narrativa teatral, através de uma linguagem lúdica, sensorial e poética.


Com texto de Francisco Falabella Rocha, direção de Epaminondas Reis e atuação de Paulo Thielmann e Rodrigo Mangah, Quase Árvore tem estreia prevista para o início de 2020.


(foto: Luiza Palhares / Paisagem Lava)

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